Já escrevi diversos textos aqui em meu blog sobre a Ressonância Magnética, como é realizado esse exame e qual a sua finalidade. Como minha especialidade médica é a radiologia mamária, já expliquei como a Ressonância das mamas pode ser utilizada tanto para o diagnóstico do câncer de mama como também para guiar uma biópsia mamária.
Mas hoje quero trazer um assunto muito importante para vocês, mulheres que me acompanham. Hoje vou explicar como a Ressonância Magnética é capaz de detectar uma doença que, segundo o Ministério da Saúde, uma a cada dez mulheres possui e pode inclusive sequer saber de sua condição: a endometriose.
Para que eu pudesse trazer esse assunto de forma bastante segura e precisa para vocês, conversei com a Doutora Letícia Maguollo, especialista em radiologia abdominal com foco na pelve feminina, que atua aqui comigo na Ela Diagnósticos.
Afinal, o que é a endometriose?
A endometriose é uma condição em que o tecido que normalmente reveste o interior do útero (onde ocorre a menstruação) começa a crescer fora do útero e aparecer em outras partes do corpo, como nos ovários, trompas de falópio, intestinos e outras áreas da pelve.
Acontece que, mesmo estando fora do útero, esse tecido funciona normalmente e, no período menstrual, ele se espessa e sangra. Como esse sangue não tem para onde ir, ele fica preso dentro do corpo, causando muita dor, inflamação e cicatrizes.
De acordo com a Dra Letícia, muitas mulheres demoram bastante tempo para descobrirem que possuem essa doença, o que acaba dificultando seu tratamento. Por isso, ela alerta que é importante ficar atenta aos principais sintomas da endometriose: “Os principais sintomas de alerta para iniciar as investigações da endometriose são dores pélvicas crônicas, que normalmente costumam se intensificar durante o período menstrual, dificuldade para engravidar, dores durante a relação sexual, sangramentos na urina e nas fezes e cólicas menstruais com dores excessivas. Além disso, há casos em que a paciente não sente nenhum tipo de sintoma.”
A Dra. Letícia também me contou que muitas vezes a mulher procura o médico, realiza diversos exames e todos os resultados apontam como normais, o que pode ser bastante frustrante. Isso acontece porque o diagnóstico da endometriose requer exame e técnica bastante específicos.
Como é feito o diagnóstico da endometriose?
O diagnóstico da endometriose pode ser desafiador devido à diversidade de sintomas e à localização do tecido endometrial. A Dra. Letícia me explicou que a Ressonância Magnética atualmente é considerada uma das melhores opções disponíveis pois ela oferece imagens detalhadas e de alta resolução dos órgãos pélvicos, dos tecidos e até mesmo de cicatrizes. “A ressonância magnética da pelve hoje é o exame de imagem de primeira linha para o diagnóstico da endometriose. Ela consegue identificar e fazer um mapeamento geral das lesões da mulher.”
No dia anterior à realização do exame, é preciso fazer um preparo intestinal com o uso de laxantes e uma dieta com alimentos mais leves. De acordo com a Dra. Letícia, esse preparo é importante para limpar o intestino de todos os resíduos alimentares que possam atrapalhar a visualização dos pequenos focos de endometriose profunda.
Mas não se preocupe! Caso você realize a sua Ressonância aqui na Ela Diagnósticos você vai receber todas as instruções que precisa seguir.
Como eu recebo muitas pacientes para realizarem a Ressonância das mamas, eu sei o quanto esse exame gera medo e ansiedade em muitas pessoas. Perguntei à Dra. Letícia como é feita a Ressonância da pelve e se esse procedimento costuma ser desconfortável ou doloroso para suas pacientes. A resposta, como eu imaginava, é que na verdade a Ressonância é muito tranquila: “O exame é muito tranquilo, indolor e não invasivo! Aqui na Ela nosso tratamento é muito humanizado, a paciente fica deitada o tempo todo com fones de ouvido, escutando a playlist que elas mesmas escolheram. Não é preciso ter medo! Nesse momento, o mais importante é conseguir diagnosticar a doença, o que com certeza traz muita qualidade de vida!”
Após a Ressonância Magnética a paciente recebe um laudo do exame e, caso indique a endometriose, é importante levar o resultado para discutir as melhores formas de tratamento com o ginecologista.
Endometriose tem cura?
A endometriose não tem uma cura definitiva, mas existem tratamentos que podem aliviar os sintomas e melhorar muito a qualidade de vida da mulher. A abordagem ao tratamento da endometriose depende da gravidade dos sintomas, do desejo da paciente de engravidar e da resposta aos tratamentos anteriores.
A escolha do melhor tratamento é feita pelo ginecologista e pela paciente, em conjunto. Alguns tipos de abordagens utilizadas são remédios, intervenções cirúrgicas, terapias de fertilidade e até mesmo fisioterapia pélvica.
De acordo com a Dra Letícia, “com o avanço dos métodos de imagem e das técnicas cirúrgicas eu acredito que o tratamento da endometriose será cada vez mais acessível e menos invasivo, proporcionando resultados ainda melhores.”
Tenho endometriose, e agora?
Se você recebeu um diagnóstico recente de endometriose, é normal se sentir triste ou ansiosa. Afinal, receber um diagnóstico de alguma condição nunca vai ser legal. No entanto, mais do que nunca é preciso que você acalme o seu coração, reúna forças e encare de frente o desafio. Sei que são situações bem diferentes, mas costumo dizer às minhas pacientes diagnosticadas com câncer de mama que, apesar do diagnóstico ser desafiador, ele também é a melhor coisa que pôde acontecer. Afinal, a doença está ali de qualquer jeito. O diagnóstico é o que faltava para que você busque o tratamento e cuide de você.
A Dra. Letícia pediu para deixar um recado muito importante para todas as mulheres que descobriram a endometriose: “Se você está lidando com a endometriose, tenha paciência! Eu sei que é uma condição difícil e delicada, mas não é impossível de ser tratada. Com os profissionais certos, tenho certeza que tudo vai ser encaminhado e controlado. Agora, se você ainda está investigando uma possível endometriose, não desista! Preste atenção no seu corpo, procure ajuda, converse com seu ginecologista e com o radiologista no dia do seu exame. Com bons profissionais e o exame adequado, você vai receber um diagnóstico preciso.”
Espero que vocês tenham gostado desse texto que escrevi com muito carinho com a ajuda de minha colega e amiga. Se ficou alguma dúvida sobre o assunto, pode colocar nos comentários. E se quiser saber mais sobre esse ou outros assuntos relacionados à saúde da pelve, acompanhe a Ela Diagnósticos nas redes sociais!
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* O conteúdo desse texto é informativo e não deve, em momento nenhum, substituir a consulta médica!
