Uma das perguntas mais comuns que costumo ouvir das mulheres que realizaram uma biópsia de mama comigo é: “Quando o resultado sair vai estar escrito se é ou não câncer de mama?”. Bom, a verdade é que o laudo do exame não indica de forma tão explícita a presença da doença. Ou seja, se você ainda vai receber o resultado de sua biópsia, certamente não encontrará as palavras “positivo” ou “negativo” para o câncer de mama.
Como esse tema costuma gerar muita dúvida e ansiedade nas mulheres, resolvi escrever esse texto para que você entenda como virá o resultado de seu exame! Mas primeiro quero deixar bem claro que a única pessoa capacitada para dizer com certeza se o resultado indica ou não o câncer de mama é o seu mastologista. Por isso, a primeira coisa que você deve fazer ao receber o laudo é agendar o seu retorno ao médico e só depois está liberada para pesquisar os termos que você ler, combinado?
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Afinal, por que meu médico solicitou uma biópsia de mama em primeiro lugar?
Se o seu médico solicitou uma biópsia de mama após analisar o laudo da sua mamografia ou do ultrassom das mamas, isso significa que ele identificou alguma alteração suspeita, como um nódulo. Sei que isso parece desesperador, mas não precisa ter medo!
Uma lesão suspeita não significa que se trata de algo ruim, significa apenas que é preciso confirmar se aquela estrutura representa ou não uma preocupação. A verdade é que a grande maioria das biópsias de mama apontam para estruturas benignas. Mas para saber disso, é preciso primeiro realizar o procedimento da biópsia de mama, certo?
A biópsia de mama pode ser guiada por ultrassonografia, pela mamografia estereotáxica, e, em alguns casos, o mastologista pode solicitar que seja feita através do exame de ressonância magnética. Se você tem indicação para esse tipo de procedimento guiado por ressonância magnética, entre em contato com Ela Diagnósticos para realizar o seu agendamento.

O que os termos na biópsia indicam?
O seu laudo de biópsia de mama pode indicar diversos termos e especificações médicas que podem gerar confusão. Apesar dos nomes diferentes, não se preocupe! Muitos desses termos não significam nada de grave.
Hiperplasia com atipias
De uma forma geral, a hiperplasia com atipias significa que o seu organismo sofreu uma adaptação que aumentou o número de células do tecido mamário, gerando uma alteração de tamanho, forma, padrão de crescimento e aparência das células.
Essa condição não costuma causar sintomas ou alterações visíveis na mama, sendo descoberta, normalmente, somente através dos exames de imagem, como a mamografia e o ultrassonografia de mamas.
“Tudo bem, doutora Mariana, mas devo ficar preocupada se esse termo estiver no meu laudo?” Bom, a notícia boa é que a hiperplasia com atipias não significa que você está com câncer. No entanto, é um indicativo de alerta para que você fique de olho! Afinal, a hiperplasia atípica das mamas pode aumentar de 4 a 5 vezes a chance de desenvolvimento do câncer de mama.
Caso esse termo tenha aparecido em sua biópsia de mama, é importante conversar com o seu mastologista para que ele indique o melhor caminho a ser tomado. Em muitos casos, é indicada a remoção cirúrgica da área diagnosticada, já que também existe o risco de associação com carcinoma ductal in situ, que vou tratar no próximo tópico.
A hiperplasia atípica das mamas pode ser de dois tipos: ductal ou lobular. Os dois tipos representam um risco pois podem se tornar câncer de mama. Mas lembre-se: isso não é uma regra, somente uma possibilidade.

Carcinoma Lobular In Situ
Aposto que só de ler o termo “carcinoma” em sua biópsia de mama já gerou um desespero. Mas calma, não é tão perigoso quanto parece! Apesar do nome, este carcinoma não é considerado um verdadeiro câncer de mama, mas um fator de risco e uma lesão precursora. Na maioria das vezes, o carcinoma lobular in situ não apresenta qualquer sinal clínico, nem mesmo é identificado na maioria dos exames de imagem. Sua descoberta geralmente se dá através da biópsia de mama que inicialmente foi solicitada por outra razão.
Caso o termo “carcinoma lobular in situ” tenha aparecido em seu laudo, significa que houve uma proliferação de células neoplásicas que revestem os ductos, mas essas células não se espalharam através das paredes do tecido mamário. Ou seja, não é um carcinoma invasor.
Apesar de a probabilidade de um carcinoma lobular in situ tornar-se um carcinoma invasor seja muito baixa, não podemos descartar essa hipótese. No entanto, essa condição não apresenta um grande risco para o câncer de mama.
Adenose esclerosante
Acalme-se! Estamos falando de uma lesão benigna frequentemente detectada nas biópsias de mamas. Na maioria dos casos, a adenose esclerosante assemelha-se muito a uma lesão suspeita nos exames de imagem, o que faz com que os médicos solicitem a biópsia para descartar a possibilidade de um câncer de mama.
A adenose esclerosante nada mais é do que um aumento desordenado do número de ductos mamários e um estroma (tipo de tecido mamário) mais denso que o normal. Esse estroma acaba espremendo os ductos, causando uma modificação da estrutura do tecido.
“Então posso ficar tranquila?” Sim, mas o acompanhamento clínico da situação é sempre recomendado! Afinal, trata-se de uma lesão que, embora inofensiva, não deixa de ser diferente do usual. Além disso, estamos lidando com o seu bem mais precioso: a sua saúde! Todo cuidado é importante!
Descubra se você pode ficar tranquila caso o seu nódulo na mama seja benigno.

E agora? O que fazer com o laudo?
Como já falei no início desse texto, a primeira coisa que você deve fazer após estar com o resultado da biópsia em mãos é agendar o retorno com o seu mastologista. Somente ele está apto a dizer qual é a sua situação e como lidar com ela! Afinal, além do laudo da biópsia, existem diversos fatores que interferem no diagnóstico, como o seu histórico clínico e também o familiar.
Eu sei que nesse momento a vontade de pesquisar todos os termos e o que eles podem indicar é grande, mas tente manter a calma e a paciência! Cada caso é um caso e sofrer com antecedência vai trazer somente ansiedade, aflição e prejudicar a sua saúde mental!
Ficou alguma dúvida sobre o assunto? Pode deixar nos comentários! E se quiser saber mais sobre esse ou outros assuntos relacionados à saúde, me acompanhe nas redes sociais!
Dra. Mariana Mesquita
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* O conteúdo desse texto é informativo e não deve, em momento nenhum, substituir a consulta médica!