Ao longo dos anos em que atuo dentro da medicina, já perguntei muitas vezes para diversas mulheres se elas já haviam realizado a mamografia daquele ano. Não foram poucas as vezes em que recebi respostas preocupantes, como: “Não, pois não estou sentindo nenhum daqueles sintomas do câncer de mama, Dra. Mariana.”
Como eu tenho escutado cada vez mais esse tipo de resposta, resolvi escrever esse texto para ajudar todas as mulheres que ainda não conhecem os sintomas do câncer de mama ou que não sabem se eles vão sempre estar presentes durante a doença. Acompanhe por categoria:
Afinal, o que é o câncer de mama?
Se você acompanha meu blog ou minhas redes sociais, tenho certeza de que você já sabe o que é o câncer de mama e como ele ocorre. Mas se você é nova por aqui, vou te explicar como essa doença surge e o que ela faz em nosso corpo.
Em condições normais, as células do tecido mamário possuem uma rotina de funcionamento padrão: elas crescem e se multiplicam de forma ordenada e específica, atendendo às necessidades do organismo.
O câncer nada mais é do que uma célula que adquire a capacidade de se desenvolver e multiplicar sem controle e “viajar” para outros órgãos do corpo, invadindo-os. Essa invasão recebe o nome de metástase, que é o momento em que dizemos que o câncer começa a se espalhar.
Com isso, cada órgão invadido passa a ter o seu funcionamento comprometido em decorrência da presença dos tecidos cancerígenos, o que traz diversas consequências para a mulher.
Existem diferentes tipos de câncer de mama, e eles podem ser classificados com base em características específicas das células cancerosas. Por exemplo, o carcinoma ductal invasivo ocorre quando as células cancerosas se desenvolvem nos ductos mamários e invadem o tecido circundante e o carcinoma lobular invasivo começa nos lóbulos mamários e pode se espalhar para outras áreas do corpo. Aqui está tudo o que você precisa saber sobre câncer de mama.
Infelizmente, não é possível determinar previamente qual mulher terá câncer de mama baseado em suas características. Mas existem alguns fatores, genéticos ou não, que podem ser um indicativo de uma chance maior para o desenvolvimento da doença. Entre os principais fatores estão:
- Menarca precoce (quando a mulher teve a sua primeira menstruação antes dos 12 anos);
- Menopausa tardia (após os 55 anos);
- Histórico de câncer de mama na família;
- Mutação dos genes BRCA1 e BRCA2;
- Alimentação pobre em nutrientes e rica em ultraprocessados;
- Tabagismo;
- Consumo excessivo de álcool;
- Sedentarismo e sobrepeso.
Alguns desses fatores não podem ser modificados, como é o caso da predisposição genética. Mas se esse é o seu caso, fique calma! Apenas de 5% a 10% dos casos de câncer de mama ocorrem em decorrência de fatores hereditários. Ou seja, a maioria dos casos da doença está relacionada a hábitos e estilo de vida, que são fatores que você pode controlar! Conheça 6 orientações para prevenir o câncer de mama.

Quais são os principais sintomas do câncer de mama?
Agora que você já sabe o que é o câncer de mama e como ele acontece, está na hora de saber identificar os principais sintomas dessa doença:
1- Nódulo ou caroço no seio
Um dos sinais mais comuns do câncer de mama é a presença de um nódulo ou caroço palpável no seio. Esses nódulos geralmente não doem, mas podem ser sentidos ao tocar a mama ou através de exames de imagem como a mamografia ou o ultrassom.
2- Mudanças na forma ou tamanho do seio
O câncer de mama pode causar uma assimetria entre os seios ou uma mudança notável na forma ou tamanho de um seio. É importante lembrar que ter mamas com tamanhos diferentes é normal! O que deve gerar uma preocupação é a mudança repentina, combinado?
3- Irritação ou vermelhidão na pele
Quando o câncer de mama está em um estágio mais avançado, é comum ocorrer irritações ou descamações na pele do seio.
4- Retração do mamilo
Um dos sintomas mais comuns da doença é a retração do mamilo, que é quando o “bico” das mamas deixa de apontar para fora e passa para dentro.
5- Secreção anormal nos mamilos
É a presença de secreção sanguinolenta, transparente ou de qualquer outra cor nos mamilos, sem estar relacionada à amamentação.
Se você notar qualquer uma dessas alterações ou tiver preocupações, é fundamental consultar um médico para uma avaliação adequada. O diagnóstico precoce é essencial para um tratamento eficaz e melhores resultados.

É possível ter câncer de mama sem nenhum sintoma?
Sim! Inclusive, a maioria dos casos de câncer de mama não apresenta nenhum sintoma no estágio inicial.
Muitas mulheres têm a falsa impressão de que estão seguras e saudáveis porque não estão sentindo qualquer sintoma relacionado ao câncer de mama. O grande problema desse pensamento é que, na maioria das vezes, essas mulheres só vão se dar conta de que estão com a doença quando ela já estiver no estágio final, com baixas chances de cura.
Por isso, estou sempre dizendo para minhas pacientes para que não deixem de ir ao mastologista ou ginecologista todos os anos e realizar a mamografia, conforme as orientações médicas.
Quanto antes o câncer de mama é descoberto através da mamografia em seu estágio inicial, mais provável é o sucesso do tratamento oncológico. Isso significa que a mamografia não serve apenas para diagnosticar o câncer de mama, mas também para potencializar a chance de cura e proporcionar um tratamento menos agressivo do que aquele realizado quando o câncer está em estágio mais avançado.
Além disso, outro alerta importante que quero fazer é sobre o famoso autoexame: ele é sim uma prática positiva no que diz respeito a conhecer o seu próprio corpo. Ou seja, pode ser útil para encontrar algum sinal de anormalidade no período entre uma mamografia e outra. No entanto, o autoexame não é eficaz para encontrar nódulos pequenos e lesões iniciais. Por isso, essa prática jamais deve substituir a mamografia anual.
Ficou alguma dúvida sobre o assunto? Pode deixar nos comentários! E se quiser saber mais sobre esse ou outros assuntos relacionados à saúde das suas mamas, me acompanhe nas redes sociais!
Dra. Mariana Mesquita
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